Conforme destaca o advogado Leonardo Manzan, sócio do Puppin, Manzan & Spezia Advogados Associados, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) exerce papel determinante na estabilidade e na competitividade do setor elétrico brasileiro. O rigor regulatório da autarquia garante equilíbrio entre atratividade de investimentos e modicidade tarifária, fatores indispensáveis à expansão da infraestrutura. Desse modo, conhecer os instrumentos normativos da agência é essencial para empresas que buscam otimizar retornos em geração, transmissão e distribuição.
À luz dessas premissas, este artigo avalia, com enfoque jurídico-tributário, como a atuação da ANEEL influencia decisões estratégicas no mercado de energia. Veja mais, a seguir!
Como a ANEEL estimula a expansão da geração por meio de leilões?
Segundo Leonardo Manzan, os leilões de energia nova configuram mecanismo central para viabilizar projetos de geração renovável, oferecendo contratos de longo prazo que reduzem o risco de receita. A precificação competitiva, aliada às garantias de lastro, torna-se decisiva para atrair capital estrangeiro e linhas de financiamento do BNDES. Nesse contexto, o marco regulatório proporciona segurança jurídica e previsibilidade de fluxo de caixa, pontos ressaltados por investidores institucionais.
Ademais, a estrutura de leilões é acompanhada por regras de habilitação técnica e fiscal rigorosas, conforme normativas da ANEEL e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O tributarista destaca que a correta modelagem tributária — incluindo aproveitamento de créditos de PIS/Cofins sobre insumos — melhora o preço-lance e amplia a margem de sucesso nas licitações. Por conseguinte, a sinergia entre compliance fiscal e estratégia regulatória maximiza o valor presente líquido dos empreendimentos.
De que forma a regulação de transmissão assegura retorno a longo prazo?
Conforme aponta Leonardo Manzan, as revisões periódicas da Receita Anual Permitida (RAP) compõem o principal instrumento de estabilidade de caixa para concessionárias de transmissão. A metodologia de cálculo, em conformidade com a Resolução Normativa nº 1.003/2021, incorpora índices de inflação e fatores de eficiência, garantindo remuneração adequada do capital investido. Assim, empresas beneficiam-se da previsibilidade regulatória para estruturar project finance de longa maturidade.

Leonardo Manzan
Além disso, a ANEEL atua de forma diligente na gestão de riscos operacionais, exigindo planos de manutenção e critérios de disponibilidade de linhas. O não atendimento a esses indicadores acarreta receita variável negativa, impactando diretamente o resultado. Para mitigar tais riscos, o advogado sugere aos clientes a integrar cláusulas de performance em contratos EPC, alinhando incentivos entre construtores e operadores. Dessa forma, o cumprimento regulatório converte-se em vantagem competitiva.
Quais desafios regulatórios afetam a distribuição no ambiente pós-tarifário?
De acordo com Leonardo Manzan, a revisão tarifária periódica (RTP) e os reajustes anuais impõem disciplina econômico-financeira às distribuidoras, ao mesmo tempo em que refletem custo de energia e de perdas. A aplicação de fatores X de produtividade estimula investimentos em automação de redes e redução de furto de energia, influenciando diretamente o retorno sobre patrimônio (ROE) das concessionárias. Nesse cenário, a gestão eficiente de perdas não técnicas destaca-se como diferencial de rentabilidade.
Consoante a essa perspectiva, as distribuidoras precisam adequar-se às metas de qualidade DEC e FEC, sob pena de penalidades pecuniárias impostas pela ANEEL. Leonardo Manzan enfatiza que investimentos em smart grid recebem tratamento regulatório favorável, pois reduzem multas e melhoram a percepção de serviço pelo consumidor. Portanto, alinhar planejamento de capital às métricas da agência torna-se imperativo para preservar margens operacionais em um ambiente de crescente pressão tarifária.
Como transformar requisitos regulatórios em valor agregado?
Em síntese, a atuação da ANEEL constitui alicerce de segurança jurídica e previsibilidade financeira para os segmentos de geração, transmissão e distribuição. A aderência a normas e indicadores, somada a uma estrutura tributária eficiente, permite às empresas converter obrigações regulatórias em vantagens competitivas sustentáveis. Desse modo, o Puppin, Manzan & Spezia Advogados Associados posiciona-se como parceiro essencial na otimização de projetos energéticos, oferecendo assessoria que integra compliance, modelagem econômica e defesa administrativa.
Autor: Andrey Zarrasotw